quarta-feira, 14 de abril de 2010

Trecho - Sonhos [2]

"Ela, Sophia não podia exercer tanto domínio assim em mim, eu não deixaria. Eu não a conhecia, não sabia nada sobre a sua vida. E não procuraria saber, ela era mais uma estudante daquela universidade chata e pacata. Cadê a ação, a qual eu tanto me apegava? Eu não agüentava essa vida monótona, eu precisava fazer algo, tirá-la da minha mente. Eu poderia fazer isso. A final eu tinha sido criado para quê. Para ficar me martirizando por uma paixonite idiota? Não. Eu tinha algo mais. Eu iria esquecê-la antes mesmo de amá-la. Assim eu achava...
Fui para cama. Detestava o cheiro do meu cabelo molhado, tinha cheiro de canela. Repulsivo, pensei. Tentei dormir, não consegui. Eram muitas questões rodeando-me. Era como se eu recebesse um turbilhão de informações e tivesse que processá-los tudo de uma vez. Levantei da cama, debrucei-me na janela. Nunca tinha reparado a noite aqui era bonita. A lua cheia se fundia com o céu azul bem escuro, o céu aqui não era tão estrelado como na Ilha, porém era bonito mesmo assim. Em pouco tempo, percebi que meus olhos estavam úmidos. Choro? Eu chorava sim, não um choro de uma criança birrada que não ganhou seu doce ou presente predileto, mas um choro agoniado, de angústia e de revolta. Eu sentia falta de Thomas, de minha rotina na Ilha. Sentia falta de novas escolhas. Sentia falta de liberdade, Sentia falta de minha primeira amiga Chelly. Sentia falta de Sophia. Sentia falta da tagarelice de Joseph. Sim, sentia falta disso. Era bom conversar com Joseph, ele era minha outra forma, a forma do Taylor sorridente, ele era eu sem ser o assassino. Era impossível fazer comparações minhas com Joseph, mas era verdade. Se eu não tivesse sido criado como eu fui, treinado para o que eu faço, eu seria igualzinho a ele. Alegre, sorridente, de bem com a vida."

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Trecho - Sonhos [2]

"Ela, Sophia não podia exercer tanto domínio assim em mim, eu não deixaria. Eu não a conhecia, não sabia nada sobre a sua vida. E não procuraria saber, ela era mais uma estudante daquela universidade chata e pacata. Cadê a ação, a qual eu tanto me apegava? Eu não agüentava essa vida monótona, eu precisava fazer algo, tirá-la da minha mente. Eu poderia fazer isso. A final eu tinha sido criado para quê. Para ficar me martirizando por uma paixonite idiota? Não. Eu tinha algo mais. Eu iria esquecê-la antes mesmo de amá-la. Assim eu achava...
Fui para cama. Detestava o cheiro do meu cabelo molhado, tinha cheiro de canela. Repulsivo, pensei. Tentei dormir, não consegui. Eram muitas questões rodeando-me. Era como se eu recebesse um turbilhão de informações e tivesse que processá-los tudo de uma vez. Levantei da cama, debrucei-me na janela. Nunca tinha reparado a noite aqui era bonita. A lua cheia se fundia com o céu azul bem escuro, o céu aqui não era tão estrelado como na Ilha, porém era bonito mesmo assim. Em pouco tempo, percebi que meus olhos estavam úmidos. Choro? Eu chorava sim, não um choro de uma criança birrada que não ganhou seu doce ou presente predileto, mas um choro agoniado, de angústia e de revolta. Eu sentia falta de Thomas, de minha rotina na Ilha. Sentia falta de novas escolhas. Sentia falta de liberdade, Sentia falta de minha primeira amiga Chelly. Sentia falta de Sophia. Sentia falta da tagarelice de Joseph. Sim, sentia falta disso. Era bom conversar com Joseph, ele era minha outra forma, a forma do Taylor sorridente, ele era eu sem ser o assassino. Era impossível fazer comparações minhas com Joseph, mas era verdade. Se eu não tivesse sido criado como eu fui, treinado para o que eu faço, eu seria igualzinho a ele. Alegre, sorridente, de bem com a vida."

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